segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

"os dias sem ti, são todos iguais,
são dias sem brilho são dias a mais".
Olhos abertos,
Olhos de solidão.
Vagueiam a tua procura,
eterna procura.
Cá não estás nunca,
nem agora nem amanhã.
Olhos de espera,
Sempre!
Carmen Bastos
Carnaval, 2009.

CURIOSIDADES

A festa carnavalesca surge a partir da implantação,
no século XI, da Semana Santa pela Igreja Católica,
antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma.
Esse longo período de privações acabaria por incentivar
a reunião de diversas festividades nos dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas,
o primeiro dia da Quaresma.
A palavra "carnaval" está, desse modo,
relacionada com a idéia de "afastamento" dos prazeres da carne
marcado pela expressão "carne vale",
que, acabou por formar a palavra "carnaval".
Em geral, o Carnaval tem a duração de três dias,
os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas.
Em contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação,
estes dias são chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda),
último dia antes da Quaresma.
Ao caráter de festa popular e desorganizada
juntaram-se outros tipos de comemoração
e progressivamente a festa foi tomando o formato atual.
O Carnaval é um período de festas regidas
pelo ano lunar no Cristianismo da Idade Média.
O período do Carnaval era marcado pelo "adeus à carne"
ou "carne vale" dando origem ao termo "Carnaval".

No Brasil, o Carnaval foi introduzido pelos portugueses.
Seu nome era entrudo —palavra que vem do latim introitus
e que designa as solenidades litúrgicas da Quaresma, por influência dos portugueses da Ilha da Madeira, Açores e Cabo Verde, que trouxeram a brincadeira de loucas correrias, mela-mela de farinha, água com limão, no ano de 1723, surgindo depois as batalhas de confetes e serpentinas.
O Carnaval daqui foi, até a metade do século XIX, uma festa de muita sujeira e molhação. Os escravos a festejavam sujando-se uns aos outros com polvilho e farinha de trigo, ou espirrando água pelas ruas com o auxílio de uma enorme bisnaga de lata.

As famílias brancas, refugiadas em suas casas, brincavam o Carnaval fazendo guerras de laranjinhas —pequenas bolas de cera que se quebravam espalhando água perfumada—, ou então, jogando de suas janelas um líquido não tão cheiroso na cabeça dos passantes.
Por isso as pessoas evitavam sair às ruas durante os dias do entrudo. Isso fez com que os bailes de máscara, realizados apenas para a elite durante o Primeiro Império, e, a partir da década de 1840, para a classe média, fizessem muito sucesso.
Nesses bailes, que eram pagos e feitos em teatros e hotéis do Rio de Janeiro, não se dançava o samba, mas sim o schottische, as mazurcas, as polcas, as valsas e o maxixe, que era o único ritmo genuinamente nacional. Somente em 1869, quando o ator Correia Vasques adaptou a música de uma peça francesa e deu para essa adaptação o nome de Zé Pereira —mesma música que é cantada até os dias de hoje—, apareceu a primeira música de Carnaval. Até então, todas as músicas eram instrumentais ou em outro idioma.
O carnaval da rua, entretanto, quase não existia. Tudo à custa da violência que tinha o entrudo.
Alguns jornalistas da época começaram a estimular a criação de carnavais que imitassem os de Roma e de Veneza, onde as pessoas saiam às ruas fantasiadas para tomar parte no corso ou para realizarem batalhas de flores ou de confete.
Um dos jornalistas que defendia ardorosamente esta forma de Carnaval era José de Alencar, o qual escreveu na sua coluna do "Jornal Mercantil" do Rio de Janeiro, às vésperas do Carnaval de 1855, a seguinte frase: "Confesso que esta idéia me sorri. Uma espécie de baile mascarado, às últimas horas do dia, à fresca da tarde, num belo e vasto terraço, com todo o desafogo, deve ser encantador". Foi assim, após uma campanha dos jornalistas contra o violento entrudo e a favor do elegante Carnaval veneziano, que os desfiles de rua começaram a acontecer.
A partir daí o Carnaval pode ser dividido em dois tipos distintos de manifestação: um, feito pelas classes mais ricas nos bailes de salão, nas batalhas de flores, nos corsos e desfiles de carros alegóricos; outro, feito pelas classes mais pobres nos maracatus, cordões, blocos, ranchos, frevos, troças, afoxés e, finalmente, nas escolas de samba.
Assim, caótico desde seu princípio, o Carnaval brasileiro é também marcado pela divisão das classes sociais. Renato Roschel /Wikipédia

Nenhum comentário:

Postar um comentário