sexta-feira, 24 de julho de 2009

Comemorar é lembrar! É celebrar, festejar!







No "AQUA", na marina da contorno,
comemoramos o niver de Ana Cláudia.
Beijos de todos do Atelier Terra e Cor.





A amizade é um amor que nunca morre.
Mário Quintana

Loucos e Santos
Escolho meus amigos não pela pele
ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias
e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças
e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade
sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto;
e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos,
nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
UMA CASA PORTUGUESA COM CERTEZA!

RESTAURANTE "CASA LISBOA"

Encantei-me com a "CASA LISBOA",
o restaurante do Chef Português GUALTER FREIRE,
que faz o melhor bacalhau do mundo,
e outros pratos do cardápio,
como a sardinha portuguesa grelhada com presunto,
arroz de marisco, etc.
O pastel de Belém "autêntico" é a sugestão para a sobremesa.
Conhecemos o restaurante
e estamos confeccionando "telhas alentejanas" de cerâmica terra cota,
para servir o bacalhau conforme a tradição portuguesa do "Alentejo".
Encantou-me também as instalações,
a escolha de cada objeto colocado na decoração,
o pátil charmoso e romântico,
e especialmente o carinho e o jeito português cativante
com que o Gualter recebe os clientes e amigos.
A leitoa assada que vimos sair do forno não está no cardápio,
e só sai por encomenda, são 5 Kgs e servem entre 8 a 10 pessoas!
Tem que ser pedida no mínimo dois dias antes.
Hummmmmmmmmmmmm

VÁ CONFERIR!
Rua Manoel Dias Morais, 35
Jardim Apipema
Salvador - Bahia - Brasil
(0xx)71 3331-3841


























O chef Gualter.
"Quem corre por gosto
não cansa".

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"MARIA SALÃO BEAUTY"

Quero registrar a inauguração do salão de Gel, querida aluna e amiga.
A minha viagem, o tempo,
fizeram a notícia chegar com algum atraso, mas em tempo!
Vimos a idéia nascer, crescer e acontecer.
O " Maria Salão" vai muito bem,obrigado!
Apareça e confira a eficiência, atenção e doçura de Gel.











"Maria Salão", no Bairro de Santo Antônio,
frente a Cruz do Paschoal.













cruz do paschoal










Carmen e Gel

gel, carmen e gleice

quarta-feira, 22 de julho de 2009

DO AMOROSO ESQUECIMENTO
Eu agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?
(Mario Quintana)
Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
(Neruda)
Na Véspera
Na véspera de nada ninguém me visitou.
Olhei atento a estrada durante todo o dia
Mas ninguém vinha ou via, ninguém aqui chegou.
Mas talvez não chegar
Queira dizer que há
Outra estrada que achar,
Certa estrada que está,
Como quando da festa
Se esquece quem lá está.
(fernando pessoa)


IMPERDÍVEL!
Entrevista XINRAN XUE - VEJA
"Vocês não entendem a China"
A escritora que criou um programa de rádio para mostrar os problemas das mulheres chinesas diz que o mundo critica seu país sem levar em conta suas raízes culturais
Thaís Oyama

"Os ocidentais cometem o mesmo erro do governo chinês: acham que é só modernizar as ruas para modernizar o país"
Por quase uma década, Xinran Xue, hoje com 51 anos, recebeu mais de uma centena de cartas tristes por dia. Apresentadora de um programa de rádio voltado para mulheres, ela tornou-se depositária de ouvintes que lhe confiaram suas pequenas e grandes tragédias – abafadas, quando não provocadas, pelos anos de totalitarismo comunista. Algumas dessas experiências, Xinran havia sofrido na própria pele: seus pais foram presos durante a Revolução Cultural e ela passou a infância num quartel da Guarda Vermelha. Em 2002, publicou seu primeiro livro: As Boas Mulheres da China (lançado no Brasil pela editora Companhia das Letras), que reúne histórias que não puderam ir ao ar e outras que ela colheu em entrevistas – sempre feitas com uma única unha pintada de vermelho. "As chinesas não gostam de falar de sua vida. Mas são curiosas, e a unha vermelha sempre inicia uma conversa", explica. De passagem pelo Brasil, Xinran falou a VEJA.
Para escrever seu mais recente livro, Testemunhas da China, a senhora esteve diversas vezes na província de Xinjiang, onde quase 200 pessoas morreram nas últimas semanas em decorrência de conflitos étnicos. Como é a convivência entre os han (etnia majoritária na China) e os uigures (etnia majoritária em Xinjiang)?
Atualmente, há muitos casais han-uigur, como resultado da política de governo que estimulou a migração de chineses han para a região. Mas as duas etnias são culturalmente muito diferentes. Os uigures sentem-se mais identificados com os muçulmanos dos países vizinhos do que com o resto da China. Têm uma mentalidade tribal, enquanto os han estão mais conectados à família. Honestamente, nós não os entendemos muito bem. Acho que nunca tentamos. É um pouco parecido com a maneira como o Ocidente enxerga o Oriente.
"Pergunte a um japonês se ele pode questionar o imperador ou a um sul-coreano se a filha pode contrariar o pai. Também na China há aspectos que não são políticos, mas culturais"
Não seria a maneira como o Ocidente enxerga a China?
Não estou falando só da China. Acho que há desconhecimento também em relação ao Japão, à Coreia do Sul, a Cingapura, à Malásia – lugares que têm as mesmas raízes culturais que a China. Ainda que em países como o Japão e a Coreia do Sul você enxergue um verniz ocidental, se você entrar nas casas dos japoneses e dos coreanos, verá que não existe igualdade de direitos entre homens e mulheres e que eles não assimilaram preceitos democráticos. Pergunte a um japonês se é possível questionar o imperador. Pergunte a um sul-coreano se uma filha pode contrariar o pai. Pergunte em Cingapura se alguém pode contestar o governo. Também no regime chinês, há aspectos que não são políticos, mas culturais.
Mas em nenhum desses países tais comportamentos implicam as consequências que têm na China. Concordo. Não existe liberdade de religião na China, não existe liberdade de expressão, não existe liberdade de imprensa. Nosso sistema jurídico está longe de ser independente e os direitos individuais mais básicos são desrespeitados. Mas não se pode esquecer que a China perdeu 100 anos por causa da guerra civil e do ideário comunista. Não podemos simplificar a história. Quando vemos uma árvore cujas folhas estão machucadas e cujos galhos estão doentes, não basta dizer: vamos limpar as folhas e os galhos. É preciso lembrar que essa árvore tem raízes, ainda que não possamos vê-las. É preciso tempo para que as coisas mudem.
A senhora quer dizer que é cedo demais para que a democracia chegue à China?
Vou repetir uma lição que recebi de uma camponesa de Hunan, região onde nasceu Mao Tsé-tung. Entrevistei-a em 1995, quando já era jornalista, achava que sabia tudo, mas na verdade era ainda muito ingênua. A mulher trabalhava num campo de arroz. Perguntei a ela o que escolheria se eu lhe oferecesse três coisas: liberdade e democracia; marido e filhos; ou terra e dinheiro. Ela me olhou como quem diz: "Ah, você está tentando me enganar!". Respondeu que terra e dinheiro pertencem aos homens, não às mulheres. Sobre marido e filhos, disse: "Marido é quem manda em tudo e os filhos são a minha rotina", querendo dizer que aquilo ela já tinha. Então, perguntou: "Mas quanto é a garrafa de liberdade?". Eu fiquei atônita: "Como assim?". Ela repetiu: "Quanto custa essa garrafa de óleo que você quer vender?". Foi aí que eu entendi: em chinês, a pronúncia da palavra óleo (you) é muito parecida com a de liberdade (ziyou).
Ela achou que eu estava querendo lhe vender óleo.
Quando ela entendeu que a senhora se referia a liberdade, o que achou da oferta?
Mas ela não entendia essa palavra! Eu tive de explicar-lhe o que era e o fiz da forma que considerei mais simples. Disse algo como: "Bem, liberdade é você ter o direito de contrariar o seu marido quando você acha que ele fez algo errado. Liberdade é você ter o direito de dizer: ‘Eu quero algo para mim, não para o meu marido ou para os meus filhos – um vestido bonito, uma comida gostosa ou um dia de descanso’". Achei que, colocando desse modo, ela fosse entender. Em vez disso, olhou para mim e respondeu: "Que mulher tola você é! Isso não existe". Eu falei sobre liberdade, que é uma palavra muito mais fácil. Imagine se eu tivesse falado sobre democracia...
Dito assim, parece que a democracia é algo que o Ocidente tenta impingir aos chineses, sem que eles queiram. Não, não. Eu concordo totalmente com a ideia ocidental de liberdade e democracia e sei que nós precisamos disso. Mas a questão é que há trinta anos esse conceito não existia na China. Os atuais governantes não foram educados à luz desse conceito. O mesmo se pode dizer dos professores. É ainda muito recente a geração de professores que aprendeu inglês e, portanto, tem acesso a pontos de vista do Ocidente. Acredito que, às vezes, os ocidentais cometem o mesmo erro que os governantes chineses, que pensam que basta modernizar as ruas para modernizar o país.
"A Guarda Vermelha entrou em casa e fez uma fogueira com tudo o que dizia ser ‘reacionário’: livros, brinquedos e até minhas tranças, ‘um penteado burguês’. A guarda cortou-as e jogou-as no fogo"
A senhora mora desde 1997 na Inglaterra. Não tem problemas para entrar na China?
Tenho muitos problemas. Recentemente, eles deram um visto de dois anos a meu marido, que é inglês, e negaram o visto para mim. Isso me doeu muito. Quando finalmente consegui o visto, em novembro do ano passado, uma oficial chinesa tentou me barrar na alfândega. Ela abriu meu passaporte e disse: "Por que você é contra a China? Eu vi você na BBC, e a BBC odeia a China". Eu lhe perguntei se havia entendido o que eu dissera na TV e ela respondeu que isso não importava: o que importava é que eu não deveria ter falado com pessoas que odeiam a China.
A senhora resolveu deixar seu país num momento em que apresentava um programa de rádio de enorme sucesso, no qual era permitido que centenas de chinesas falassem pela primeira vez de seus problemas. O que motivou a decisão? Ouvir aquelas mulheres e acompanhar o desenrolar de suas histórias, muitas vezes trágico, deixou-me emocionalmente exaurida. Fiquei doente, tinha de tomar remédios para dormir. Os telefonemas, os relatos de abusos, os suicídios, as cartas de suicídio que elas deixavam para mim... Eu me sentia tão impotente! Ainda tenho aquelas vozes na minha cabeça. Aqui no Brasil, encenaram capítulos do meu livro As Boas Mulheres da China. Apesar de as atrizes falarem em português, uma língua que não entendo, o que eu ouvia eram as mulheres chinesas chorando. Isso me aniquila. Sei que é porque eu misturo o sofrimento delas com a minha própria história. Diante da encenação, não consegui me controlar. Normalmente, consigo – ao menos durante o dia. Mas, à noite, os pesadelos voltam.
Que tipo de pesadelo a atormenta?
São tantos... Durante a Revolução Cultural, meus pais foram presos, acusados de ser capitalistas porque haviam trabalhado com estrangeiros e falavam inglês. Os guardas vermelhos entraram em casa e fizeram uma fogueira com tudo o que diziam ser "reacionário" ou "burguês": livros do meu pai, meus brinquedos e até minhas tranças. Eu usava duas tranças, amarradas com fitas. A guarda gritou que era um penteado burguês. Cortou-as e jogou-as no fogo também. Depois disso, fui levada, com meu irmão mais novo, para um quartel da Guarda Vermelha. Vivi lá por seis anos e meio. Como nossos pais eram considerados reacionários, éramos chamados de "crianças negras" e não podíamos brincar com as outras. Dormíamos no chão. Muitas noites, os guardas vinham, no escuro, pegavam uma criança e a levavam para o quarto ao lado. Era a hora dos abusos, dos espancamentos... Eu ouvia o choro e os gritos e ficava tão assustada que meu corpo todo tremia. A cada noite eu achava que seria a minha vez. Era aterrorizante. Acho que escapei porque era muito pequena. Até hoje, quando meu marido está viajando, não durmo sem colocar minha bolsa, minhas chaves, tíquetes de avião, qualquer coisa assim, ao lado da cama. Faço isso para não entrar em pânico quando acordar no meio da noite – para lembrar que não estou mais lá e quem eu sou agora. Não consigo me livrar disso. Procurei psicólogos, mas não funcionou. Acho que eles eram ocidentais demais para me entender.
O que, por exemplo, eles não entendiam?
Bem, faz parte do tratamento você falar tudo. E isso eu ainda não consigo. Nem ao meu filho contei tudo o que aconteceu comigo durante a Revolução Cultural.
Por quê? Porque acho que, se eu contar, não terei mais condição de continuar vivendo.
Seu irmão passou pela mesma experiência na infância. Como ele vive hoje? Sinto que ele desistiu de tudo. Vive em Pequim, não tem confiança nele, não faz nada. Sei que sofre muito, embora não fale. Nunca mais o vi chorar desde aquele episódio do frango. (Ela relata a história em seu primeiro livro: o irmão tinha pouco mais de 2 anos quando, por ocasião de uma celebração nacional, serviram frango assado no quartel da Guarda Vermelha em que ambos viviam. Ao ver os outros comendo, o irmão começou a chorar, gritando que também queria. Alguém, furtivamente, deu-lhe um pedaço, mas um guarda viu a cena, arrancou a carne das suas mãos, atirou-a ao chão e pisoteou-a. Gritou: "Filhotes de cachorros imperialistas não comem frango!")
Seus pais já leram seus livros?
Não. E minha mãe nunca perguntou o que aconteceu comigo durante esse período em que ficamos separadas. Não tem coragem, e eu também não tenho. Em 2004, sentamos uma diante da outra durante horas, mas não conseguimos falar sobre isso. Sei que esse silêncio se repete em muitas famílias. E é um dos motivos pelos quais muitos jovens chineses não sabem sequer o que foi a Revolução Cultural.
O regime comunista de Mao Tsé-tung teve efeitos devastadores na vida de muitas pessoas, como a senhora. E na China, que marcas ele deixou?
Acho que a China, hoje, é como um quadro de Picasso: tem nariz, olhos, boca, mas tudo está fora do lugar. Ficou isolada por tanto tempo e, agora, tudo está surgindo de uma vez. Talvez uma resposta melhor seja esta: antes dos anos 80, a China era um garoto sujo e esfomeado. Nunca teve a chance de tomar um banho quente, de vestir uma roupa limpa, de forrar o estômago. Se você oferece a esse menino, em uma mão, um pão duro e velho, e na outra mão, um cardápio com nomes de pratos desconhecidos e maravilhosos, qual dos dois ele vai preferir?
O primeiro? Certamente. Ele está faminto! O cardápio pode ter comidas deliciosas, mas ele não entende o que está escrito lá e não consegue esperar para que aquele papel se transforme em comida. E não adianta alguém dizer que ele tem de comer um prato do cardápio porque é melhor para ele. Antes de dizer isso, as pessoas têm de entender a urgência dos chineses.

terça-feira, 21 de julho de 2009

O Dia do Amigo foi adotado em Buenos Aires, na Argentina,
e foi gradualmente adotado em outras partes do mundo.
A data foi criada pelo argentino Enrique Ernesto Febbraro.
Ele se inspirou na chegada do homem à lua,
em 20 de julho de 1969, considerando a conquista
não somente uma vitória científica,
como também uma oportunidade de se fazer amigos
em outras partes do universo.
Assim, durante um ano, o argentino divulgou o lema
"Meu amigo é meu mestre, meu discípulo e meu companheiro".
Aos poucos a data foi sendo adotada em outros países e hoje,
em quase todo o mundo, o dia 20 de julho é o Dia do Amigo,
é quando as pessoas trocam presentes,
se abraçam e declaram sua amizade umas as outras.
(Wikipédia)

A amizade é um bem maior, em qualquer lugar do mundo.
A estes amigos maiores qualquer dia é o dia da companhia,
da solidariedade, da ternura, do encantamento, da escuta,
da compreensão, da disponibilidade e do colo.
Coisa maravilhosa é ter um amigo.
Como diria meu pai querido, "FORMIDÁVEL".

E Vinícius escreveu como ninguém:


SONETO DO AMIGO

Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.
O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
(Vinícius de Moraes)







Este por do sol vai para Mina,
querida amiga;
ela entenderá,
pois hoje tivemos certeza
que a verdadeira amizade nunca vai embora!
Também te adoro Mina,
me destes muito com tua generosidade.

domingo, 19 de julho de 2009

CINEMA - "A ALEGRIA DE EMMA"

Baseado no livro da escritora alemã Claudia Schreiber,
este filme alemão, de 2006, é imperdível.
Fala do amor, da essencia desse sentimento sublime
que facilmente nos tira do ar, e nos leva por caminhos que nunca imaginávamos ir.
Amar traz-nos também a possibilidade do sofrimento, da dor, do abandono,
mas nem assim o evitamos, pois amar também nos engrandece, nos transforma, nos rejuvenesce, nos faz melhores pessoas, nos completa.
É um filme alegre, terno, engraçado, que nos emociona e faz-nos surpreender a cada cena.
Mostra a simplicidade do amor, a entrega e nos remete a velha pergunta, o que é o amor?
É preciso vê-lo, simplesmente!
Canção

Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
Cecília Meireles

Ah! saudades dos pés de jambo,
daqueles da minha infância.
Encarnados no chão e entre folhas.
Ah! saudades daqueles jambos,
carnudos, brancos e doces,
Ah! saudades do tempo
Dos jambos,
Saudades!
















Cecília Meireles foi a primeira poetisa que li.
Grosso livro em papel bíblia, fascinante.
Tinha 13 anos e achava a poesia triste e bela.
Pensava na mágica das palavras poéticas
e de como elas atravessavam meu coração.
Homenagem a Cecília!

Poema da Ternura
Cecília Meireles
Se Tu fosses humano,
as minhas mãos viveriam tecendo carinhos e sedas,
para te darem trajes prodigiosos de lenda...
Se Tu fosses humano,
os meus olhos andariam acesos, noite e dia,
e tão postos em Ti que brilharias todo,
como quem se houvera coroado com o sol...
Se Tu fosses humano,
a minha boca seria fruto para a tua sede,
música de amor para o teu sono,
festa da Consolação para a tua tristeza...
Se Tu fosses humano,
eu seria o teu brinquedo de criança,
as tuas armas de guerreiro,
a flauta em que a tua velhice louvasse o próximo cerimonial da Morte...
Se Tu fosses humano,
ó Eleito, eu seria tudo, na tua vida...
Mas eu não sou nada...
Eu não sou nada mais que esta ansiedade impossível de ser
... ...........................................
Oh! pensar que, se Tu fosses humano,
as minhas mãos viveriam tecendo carinhos e sedas,
para te darem trajes de lenda, prodigiosos...