quarta-feira, 22 de abril de 2009


CAPÍTULO XVIII Portugal

Lagoa de Óbidos, na foz do Arelho!


O dia começou com forte neblina,
A lagoa preguiçosamente despertava,
E a menina também,
Pensando que era dona do mundo
E de tudo era capaz,
Ilusão, amor,
Logo se ver,
Tudo é capaz mesmo
E tudo continua,
Como d'antes!

Carmen Bastos


Não, não é cansaço...
Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar.
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Álvaro de Campos


A Lagoa de Óbidos é um dos mais belos locais da costa ocidental de Portugal e constitui um frágil ecossistema onde diversas espécies encontram um privilegiado habitat. Numerosas aves aquáticas e migratórias podem aqui ser observadas, mas é sobretudo ao nível dos moluscos bivalves que reside a importância da fauna desta área.
A Lagoa de Óbidos faz fronteira terrestre com o concelho das Caldas da Rainha a Norte (freguesias da Foz do Arelho e Nadadouro) e com o concelho de Óbidos a Sul (freguesias de Vau e Santa Maria).


















































































De onde só se ver o coração bater!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

A dor de perder!

Dizem?

Dizem?

Esquecem.
Não dizem?
Disseram.
Fazem?

Fatal.
Não fazem?
Igual.
Porquê

Esperar?
– Tudo é
Sonhar.
F. Pessoa

Hoje, não sei....
Amanhã, talvez....
Inteira, perdida,
Partida em dois,
Saberei,
Não sei!
Viajar! Perder países!

Viajar! Perder países!
Ser outro constantemente,
Por a alma não ter raízes
De viver de ver somente!

Não pertencer nem a mim!
Ir em frente, ir a seguir
A ausência de ter um fim,
E da ânsia de o conseguir!

Viajar assim é viagem.
Mas faço-o sem ter de meu
Mais que o sonho da passagem.
O resto é só terra e céu.
20/09/1933 Fernando Pessoa