sexta-feira, 26 de junho de 2009

Sempre SIMONE DE BEAUVOIR!


"É horrível assistir à agonia de uma esperança"
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"Renunciar ao amor parecia-me tão insensato como desinteressarmo-nos da saúde porque acreditamos na eternidade".
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"O presente não é um passado em potência, ele é o momento da escolha e da ação".

quinta-feira, 25 de junho de 2009

"AS BRASAS", SANDOR MARAI.

Quero falar de Sandor Marai, de quem li "As Brasas" , e me foi indicado pela minha psicanalista.
Fiquei encantada com sua escrita, de como fala da vida, do amor e da velhice que chega um dia, invariavelmente.
Depois encontrei mais dois livros de Marai que comprei, mas ainda não os li.

Aqui vai um trecho sobre a velhice, que a primeira vista é muito doloroso.
Depois, percebemos que é irremediavelmente sem saída e que vamos envelhecer um dia.
É melhor então continuarmos em busca de dias melhores, momentos alegres e vida intensa.

"Compreendi tudo. Que quer que lhe diga?... A gente vai envelhecendo aos poucos: numa primeira fase, atenua-se a vontade de viver e de ver nossos semelhantes.
Vai prevalecendo o sentido da realidade, vai se esclarecendo o significado das coisas, você acha que os acontecimentos se repetem monótona e fastidiosamente. Isso também é um sinal de velhice. Finalmente, você percebe que um corpo é apenas um corpo e que os homens, pouco importa o que façam, são apenas criaturas mortais. Depois, seu corpo envelhece; não todo de uma vez, é verdade, primeiro envelhecem os olhos ou as pernas, o estômago, o coração.
A gente envelhece assim, pedaço por pedaço.
E então, de repente, sua alma envelhece: mesmo sendo o corpo efêmero e mortal, a alma ainda é movida por desejos e recordações, ainda procura a alegria. E quando também desaparece esse desejo de alegria, só restam as recordações e a inutilidade de todas as coisas; nesse estágio, estamos irremediavelmente velhos.
Um dia, você acorda e esfrega os olhos e não sabe mais por que acordou. Já sabe exatamente o que o dia apresentará a seus olhos: a primavera ou o inverno, os cenários habituais, as condições atmosféricas, a ordem dos fatos. Nada de surpreendente pode acontecer: não o surpreendem nem sequer os fatos inesperados, insólitos ou horripilantes, porque você conhece todas as probabilidades, já previu tudo e não espera mais nada, nem para o bem, nem para o mal... e esta é a verdadeira velhice.
E no entanto alguma coisa ainda vive em seu coração, uma lembrança, uma vaga e nebulosa esperança, há alguém que gostaria de ver, há algo ainda que gostaria de dizer ou saber. Um dia, você tem absoluta certeza, chegará esse momento, e então,de repente, saber e enfrentar a verdade já não lhe parecerá tremendamente importante como imaginara durante os anos de espera. O homem compreende o mundo um pouco de cada vez, e depois morre. Descobre as causas ocultas dos fenômenos e das ações humanas. A linguagem simbólica do inconsciente... pois os homens recorrem a uma linguagem simbólica para comunicar seus pensamentos, você nunca percebeu? Quando falam das coisas essenciais parece que usam uma língua estrangeira, que falam como os chineses, e é preciso traduzir essa língua para trazê-la ao plano da realidade. Os homens não sabem nada sobre de si mesmos. Falam sempre de seus desejos e camuflam osbtinadamente seus pensamentos mais secretos. Se você aprender a reconhecer as mentiras dos homens, notará que dizem sempre coisas diferentes do que pensam e querem realmente. E então a vida se torna quase divertida. Depois, um dia, você consegue entender a verdade: isso quer dizer que a velhice e a morte chegaram. Mas nessas alturas já não sente dor". (Sandor Marai)
Morro de São Paulo/BA

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Passa o São João,
sem fogos, fogo,
sem faiscas, sem paixão,
passa, muitos passarão.........
São João!


À poesia de Chico e musicalidade de Edu!

Valsa Brasileira
(Edu Lobo / Chico Buarque)
Vivia a te buscar
Porque pensando em ti
Corria contra o tempo
Eu descartava os dias
Em que não te vi
Como de um filme
A ação que não valeu
Rodava as horas pra trás
Roubava um pouquinho
E ajeitava o meu caminho
Pra encostar no teu
Subia na montanha
Não como anda um corpo
Mas um sentimento
Eu surpreendia o sol
Antes do sol raiar
Saltava as noites
Sem me refazer
E pela porta de trás
Da casa vazia
Eu ingressaria
E te veria
Confusa por me ver
Chegando assim
Mil dias antes de te conhecer











Morro de São Paulo/Ba.

domingo, 21 de junho de 2009

A Daniel, pela beleza dos versos!

... enquanto a vontade de dizer alguma coisa
for maior do que a necessidade de ficar em completo silêncio!
Enquanto a esperança pulsar e os sonhos, de tão leves,
ultrapassarem a altura das nuvens!
[ DANIEL HIVER ]




Por do sol no "Farol da Barra"