segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

SIMPLICIDADE!

John Lennon iniciou uma canção famosa da sua fase pós-Beatles
com o seguinte verso: "Então é Natal / E o que você tem feito?"
(Merry Christmans - War Is Over).
É uma pergunta desconcertante para uma época do ano que pretende reunir e pacificar,
e nos coloca diante de reflexões existenciais sobre vitórias e fracassos pessoais.
Segundo especialistas o período de Festas tem, de fato, esse poder.
Em outras palavras: ao invés de encerrar uma noite de celebração
abraçada a parentes e amigos queridos, muita gente
termina agarrada à tristeza e auto-comiseração
"É uma época de cobranças, em que fazemos balanços do que foi conquistado.
E isso pode trazer sentimentos de fracasso, baixa autoestima e desesperança",
explica Acioly Lacerda, psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Ele acrescenta que constatações clínicas revelam aumento
de casos de depressão e tristeza nessa fase do ano.
"As Festas podem funcionar como um gatilho
para quem tem pré-disposição à depressão",
completa o psiquiatra Ricardo Moreno,
da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).
Pular sete ondinhas na praia ou comer lentilha podem não resolver toda a questão.
Mas os especialistas acreditam que há maneiras
de combater a eventual "deprê de fim de ano".
Em primeiro lugar, é aconselhável evitar o rigor excessivo consigo mesmo,
além de relativizar os acontecimentos recentes.
"Ao invés de fazer uma lista das coisas ruins que ocorreram no ano,
enumere as boas", diz Moreno.
O segundo passo é lembrar o quanto se é querido pelas pessoas mais próximas
- as que realmente importam. Isso ajuda a elevar a autoestima.
Um terceira dica do psiquiatra: as Festas são um momento propício
para tentar resolver conflitos com familiares e amigos.
"É uma ocasião em que as pessoas estão abertas para ouvir,
perdoar e restabelecer vínculos afetivos", diz Moreno.
"Esse sentimento gregário é inconsciente, mas é o verdadeiro espírito de Natal."
Os especialistas advertem também que é preciso tomar cuidados
ao se olhar para o futuro, para o Ano Novo que chega.
Isso vale especialmente para aquelas pessoas que planejam
uma "revolução" a cada Réveillon.
"Essa data não deve ser encarada como um marco para uma vida nova,
pois isso gera um clima de euforia e ansiedade", aconselha Lacerda.
Nesse sentido, é de grande ajuda não estabelecer metas inatingíveis
e prazos para a mudança - o que pode criar ambientes favoráveis à depressão.
Ou seja, risque da lista de metas a ideia de perder vinte quilos,
comprar a casa dos sonhos ou ser promovido a presidente da empresa
se não há chances de isso acontecer.
"Ter metas é bom, desde que elas sejam alcançáveis.
É preciso adequar os desejos às possibilidades",
afirma a psicanalista Dorli Kamkhagi, especialista em estudos do envelhecimento.
Por fim, pode-se voltar à canção de Lennon.
Logo após o trecho citado na abertura desta reportagem, ele emendou:
"Outro ano se encerrou/ E um novo acaba de começar."
Ou seja: a despeito de nossos eventuais fracassos passados,
uma nova etapa, uma nova oportunidade se abre à nossa frente.

Natalia Cuminale

3 comentários:

  1. ...é mesmo a altura " deprê de fim de ano ".
    Mas vai passar com a ajuda de Amigos. Né ?

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  2. Desejo um lindo natal, rodeado de gente que te ama. Beijos

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  3. Carmen

    É mesmo só para desejar

    PAZ e LUZ para continuar sua jornada

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