sábado, 7 de fevereiro de 2009















Vivo, vivíssimo
By José Saramago

Intento ser, à minha maneira, um estóico prático,
mas a indiferença como condição de felicidade
nunca teve lugar na minha vida,
e se é certo que procuro obstinadamente
o sossego do espírito,
certo é também que não me libertei
nem pretendo libertar-me das paixões.
Trato de habituar-me sem excessivo dramatismo
à ideia de que o corpo não só é finível,
como de certo modo é já, em cada momento, finito.
Que importância tem isso, porém, se cada gesto, cada palavra, cada emoção são capazes de negar,
também em cada momento, essa finitude?
Em verdade, sinto-me vivo, vivíssimo, quando,
por uma razão ou por outra, tenho de falar da morte…



Como posso deixar passar estas palavras,
tanta intensidade, beleza,
Impossível não sentí-las.............


Bravo saramago!

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