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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

NOVO ANO

FERREIRA GULLAR : ANO NOVO


Meia-noite.
Fim de um ano,
início de outro.
Olho o céu:
nenhum indício.
Olho o céu:
o abismo vence o olhar.
O mesmo espantoso silêncio
da Via-Láctea
feito um ectoplasma
sobre a minha cabeça:
nada ali indica
que um ano novo começa.
E não começa

nem no céu nem no chão do planeta:
começa no coração.
Começa como a esperança
de vida melhor
que entre os astros
não se escuta
nem se vê
nem pode haver:
que isso é coisa de homem
esse bicho estelar
que sonha
(e luta)


Itacaré - Bahia

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Encontrei exatamente a mensagem em forma de poema,
ou quem sabe o poema em forma de mensagem,
aquele que fala de liberdade e desejo,
que fala do reconhecimento a si mesmo,
com ética e lucidez!
Especialmente para Tania, amiga de muitas horas!


RECOMEÇA
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças.

MIGUEL TORGA

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

JANEIRO DE 2010

O luar foi dos mais lindos e claros que já vi.
O mar era banhado por tanta luz,
que a areia prateada e úmida doia-me no coração,
trazendo lembranças do passado,
delicadas reminiscências.
No meu passado, silencioso estás,
Frio, gelado, preso em armadilhas.
A esperança retorna,
Outros caminhos existirão,
Certamente!


Eram 4:50 quando a claridade foi suficiente
para que eu fizesse estas fotos do luar.
Por melhor que estejam,
não fazem jus aquele espetáculo no céu.