Ilumina o dia, traz o sol, o amor, a alegria,
Faz o encontro acontecer!
A completude não existe
"Lacan ensinou que o amor é o desejo impossível de ser um quando há dois’.
Noutras palavras, é o desejo impossível da completude"
Vira e mexe ouço alguém dizer: "Fulano(a) não me completa".
Como se a completude existisse. 
Trata-se de um mito originário da Grécia 
que se perpetua no nosso imaginário. 
Segundo o mito, nos primórdios, a forma humana era uma esfera 
com quatro mãos, quatro pernas, duas cabeças e dois sexos. 
Os seres humanos se deslocavam para a frente e para trás e, 
ao correr, giravam sobre os oito membros. 
Seu orgulho e sua força eram tamanhos que, 
para enfraquecê-los, Zeus os cortou pela metade. 
Para os gregos, o corte deu origem ao amor, 
que junta as metades e de dois seres faz um.
Num dos seus seminários, Lacan retomou esse mito para ensinar que,
Num dos seus seminários, Lacan retomou esse mito para ensinar que,
na verdade, o amor é "o desejo impossível de ser um quando há dois". 
Noutras palavras, é o desejo impossível da completude, 
já que o desejo de um sujeito nunca coincide inteiramente com o do outro. 
A coincidência que o amante pode celebrar 
é a da crença na liberdade do amado. 
Uma crença que se expressa assim: 
"Faça o que você deseja porque o seu desejo é o meu". 
Com ela, a relação se renova continuamente e se perpetua, torna-se possível.
Isso significa que o egoísmo é incompatível com o amor
Isso significa que o egoísmo é incompatível com o amor
e este requer uma educação especial. 
Que o próprio amor, aliás, oferece, porque ele torna os amantes inteligentes. 
A paixão cega, mas o sentimento amoroso ilumina. 
O amante não precisa perguntar ao amado o que este quer, 
pois quem ama sabe a resposta.
A letra de uma das nossas canções populares diz que
A letra de uma das nossas canções populares diz que
não anda bem quem anda atrás de amor e paz. 
Só é assim, no entanto, quando é da paixão que se trata 
e a relação entre os amantes é de espelhamento; 
quando um não autoriza o outro a ser ele mesmo, a diferir.
Fala-se muito na aceitação da diferença, porém ela é rara.
Fala-se muito na aceitação da diferença, porém ela é rara.
Implica uma generosidade que não é espontânea e precisa ser conquistada. 
Para tanto, qualquer via é boa. 
A da educação laica ou religiosa, de qualquer religião, 
como bem disse o Dalai-Lama, numa das suas conferências em Paris, 
insistindo na ideia de que para cada um 
a melhor religião é aquela na qual foi formado. 
Porque, em última instância, todas as religiões são contrárias ao egoísmo.
Betty Milan
A psicanalista e escritora Betty Milan assina a coluna 
Consultório Sentimental em Veja.com. 
Uma vez por mês, ela publica em VEJA 
um artigo especialmente escrito para a revista impressa



Amar, apaixonar-se. Amar é sublime no entanto é a paixão que impulsiona para nossas realizações. Para viver é necessário apaixonar-se sempre por muitas coisa, muitas pessoas.
ResponderExcluirBoa semana pra vc.