
A ti,
Sonhos e fantasias,
Realidade e dor.
Amor.
A ti, por ti,
As mil vezes ditas,
Bem ditas.
Amor!
Portugal
Avivo no teu rosto o rosto que me deste,
E torno mais real o rosto que te dou.
Mostro aos olhos que não te desfigura
Quem te desfigurou.
Criatura da tua criatura,
Serás sempre o que sou.
E eu sou a liberdade dum perfil
Desenhado no mar.
Ondulo e permaneço.
Cavo, remo, imagino,
E descubro na bruma o meu destino
Que de antemão conheço:
Teimoso aventureiro da ilusão,
Surdo às razões do tempo e da fortuna,
Achar sem nunca achar o que procuro,
Exilado Na gávea do futuro,
Mais alta ainda do que no passado.
Miguel Torga, in 'Diário X'
Portugal
O teu destino é nunca haver chegada
O teu destino é outra índia e outro mar
E a nova nau lusíada apontada
A um país que só há no verbo achar
Manuel Alegre, in "Chegar Aqui"
Nenhum comentário:
Postar um comentário