segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Na minha terra
há uma estrada tão larga
que vai de uma berma à outra
Feita tão de terra
que parece que não foi construida.
Simplesmente descoberta.
Estrada tão comprida
que um homem pode caminhar sozinho nela
É uma estrada
por onde não se vai nem se volta
Uma estrada
feita apenas para desaparecermos.

Mia Couto, nasceu na Beira, Moçambique.
É professor, biólogo, escritor.
Está traduzido em diversas linguas.
"Terra Sonâmbula" foi considerado por um juri,
criado para o efeito pela Feira Internacional do Livro do Zimbabwe,
como um dos melhores livros africanos do século XX.

No inicio
eu queria um instante.
A flor
Depois
nem a eternidade me bastava.
E desejava a vertigem
do incendio partilhado.
O fruto.
Agora,
quero apenas
o que havia antes de haver vida.
A semente.











Cabo da Roca/ Portugal





4 comentários:

  1. Obrigada pela visita, volte sempre.
    Beijo

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  2. O meu computador novo foi ontem para arranjar. Peguei neste que estava de lado e, aparentemente, ainda está a funcionar.

    É tão lento, que não sei se, ou quando chegará este comentário.

    Gostei de ler Mia Couto e de ver o Cabo da Roca... Só tenho de agradecer.

    Beijo,
    António

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  3. Gostei do poema do Mia, e mais de ver o Cabo da Roca terra de parte da minha infancia, ainda na aldeia da Azoia não existia a luz electrica...
    obrigado pela visita aos meus portos de abrigo...
    Beijo deste lado do mar

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