Ainda é 23/11.............
POEMA DA DESPEDIDA
[Mia Couto]
Não saberei nunca
dizer adeus
Afinal,
só os mortos sabem morrer
Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser
Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo
Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos
Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca
Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo.
Itacimirim/Bahia
A25A
Há 3 dias
"Não é esse sossego que eu queria...". LIndo poema, gostei muito de ler algo assim logo no começo da semana.Beijos
ResponderExcluirCarmen
ResponderExcluirSabe que gosto de Mia Couto. Vou passar-lhe um poema que eu adoro, pela simplicidade. Não sei se conhece:
A primeira vez da idade
A vez
que tive mais idade
foi aos cinco anos.
Meu pai
com solenidade que eu desconhecia
perante seus superiores hierárquicos,
apontou e disse:
- Este é meu filho!
E deu-me a mão
coroando-me rei.
Maputo 2005
Paz e Luz no seu caminho
Olá, Carmen!
ResponderExcluirLindo o poema!
Em prosa ou em verso as palavras de Mia Couto encantam. Ele põe amor em tudo o que escreve.
Esta frase é dele:
"O amor é a mãe de toda a coisa viva"
(In, "UM RIO CHAMADO TEMPO,UMA CASA CHAMADA TERRA").
Bom fim-de-semana.
Beijos
Como eu gosto destas palavras...
ResponderExcluirDeixo um abraço para ti na beira do mar