PRAIA AZUL (SANTA CRUZ)
Há dias que o azul é mais azul,
E o frio faz-se maior,
e o sono um torpor.
Há dias que o dia escorrega
E rápido escapa entre as mãos.
Há dias que o amor é mais amor,
e pega-nos sem dó e sem pudor.
Há dias em que poderíamos parar o tempo,
E fazê-lo eterno sem temor.
Há dias!
Carmen Bastos
Muitas vezes só depois nos damos conta,
e tantas vezes nem nos damos conta!
Hoje ao escrever à praia azul, a relembrar do mar,
das escadas de madeira,
da areia fina e do vento,
dei-me conta do mêdo,
dei-me conta da infinita dor que aquele dia acabasse.
Alí, a olhar o mar,
a olhar o que sempre viu o meu olhar,
deixei-me invadir pela tristeza
de jamais revê-lo outra vez.
Hoje tanto mêdo,
tanta falta de coragem,
e tanta gana em realizar.
Ao escrever essas palavras, recebo outras,
Tão pertinentes,
Como se soubesse que as esperava:
"Jamais o medo de um sofrimento deverá ser maior
do que a gana de realizar o que de dentro do ser é pedido". (Milú)
Liberdade
Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza
Aqui nesta praia onde
Não há nenhum vestígio de impureza
Aqui onde há somente
Ondas tombando ininterruptamente
Ondas tombando ininterruptamente
Puro espaço e lúcida unidade,
Aqui o tempo apaixonadamente
Aqui o tempo apaixonadamente
Encontra a própria liberdade.
(sofia de melo breyner)
(sofia de melo breyner)
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